Por: José (Zé) Bernardino (Berna) Medeiros
Brincar?
Numa destas tardes em família, o Zé conversava como seus sobrinhos, Guiu e Lena e com sua irmã Ray, na casa dela aqui em BH. Falavam sobre Carnaval, coisa q ainda era novidade para os dois, então meninos, Guiu e Lena. Aí começaram a fantasiar, viajar na maionese: um bloco imaginário, com gente fantasiada de barril de chope e de banana. Riu-se muito!
O Zé morava e mora no mesmo prédio da Ray, como de costume passou na casa da irmã, poucos dias depois do papo sobre Carnaval e qual não foi a sua surpresa, ao saber que a Lena havia convidado várias pessoas para saírem no bloco, no PEÇANHA, onde ela, o irmão e a mãe passavam o Carnaval.
Chegando o Carnaval, partiram para o Centro do Universo, PEÇANHA: Ray e família e Zé a tiracolo, para fazer o bloco, com a cara e coragem, três instrumentos de percussão, uma fantasia de Himam para Guiu, confeccionada pela saudosa Dirce, irmã de Ray e do Zé.
Chegando na casa do Zé Miquelino e Quitéria, irmã da Ray e do Zé, cadê os convidados, cadê mais instrumentos pra compor a bateria? O Cho, filho da Quitéria emprestou uma caixa de marujo e um reco-reco, a vizinha da casa, Zenaide, emprestou dois tamborins e dois ganzás (chocalhos), com mais uma timba, um afoxé e um ganzá, que o Zé trouxe, garantiu-se o barulho necessário.
Uma “faixa” de cartolinas emendas foi confecciona da pela Tereza Gandra, talco, rolos de papel higiênico, o Joãozinho Miquilino de Baiana e de bigode, o Devanio do Dirceu do Pichico de Rei Mono, ambos magérrimos, o Zé Bernardino com uma camisola da Quitéria, Guiu e Lena com suas fantasias e mais o Hemper do Donato, os netos do Dirceu Pichico e outros meninos da cidade, mas principalmente da turminha da Rua do Soca, formaram os componentes do bloco.
Saindo da casa do Zé Miquelino, Rua Carolino, de onde a Quitéria e outras pessoas, nos seguiram as gargalhadas, cantávamos uma “marujada”: “Sarta marujeiro, vamos desembarcar...” (autoria do Peixinho, já falecido), quando passamos ao lado da “Casa Velha”, um capiau, q virava um copo de pinga, entalou, virando pra entrarmos na Avenida, a “faixa” partiu, o Guiu seguia na frente, com peito estufado, pensando q era Himam, mesmo, João e o Devanio, em mais um frouxo de riso corram pra dentro do então, Bar do Chico e tiraram a fantasia, o arrasto acabou, mas aquilo foi um marco de alegria na cabeça e no coração, de quem viu e participou.
No outro ano compramos instrumentos, fizemos fantasias de saco para os meninos (fantasminhas do PC), o estandarte com um lençol do Babá e cruzeta de bambu, no outros tivemos os colãs, trazidos por um componente o Roberto Mauro, q vestiu suas “priminhas” (dos Perpetos) e o Zé da gaita com os ditos cujos.
No outro ano a adesão do Fanin (marido da Cecé), da Ana da Tati e mais um monte de amigos (as), depois do falecimento da Quitéria, a emocionante confecção do estandarte (com outro lençol do Babá) em sua homenagem e adesão de seus / suas ex-alunos (as), do pessoal do meio rural ao bloco e a adesão dos Miquelinos.
Enfim, todo o conjunto lúdico, moleque, da Rua do Soca, do Coreto do Jardim estava ali, na: ”TROÇA CARNAVALESCA, SEGURA O (samba) Q’EU DEIXO, BLOCO DOS SUJOS” ou A Marujada do Zé Bernardino, como dizia o Chico do Zeferino ou simplesmente O BLOCO DOS SUJOS, como é conhecido.
Nossos primeiros estandartes foram confeccionados por Tereza Gandra, os seguintes Maria Helena Medeiros de Moraes, a Lena filha da Ray.
Ray e Zé Bernardino fazem (fizeram) uma casa, em frente à Igreja Mahanata, no caminho da Rodoviária, na Rua Carlos Cunha, PEÇANHA, onde reuniam (reúnem) amigos (as), inclusive a bateria do bloco, debaixo de uma mangueira, em frente à casa, simplesmente pra bater papo e antes do Bloco sair.
Há anos, desde os três primeiros anos, com as primeiras doações de roupas usadas, as primeiras, por Ione (falecida), irmã da Ray e do Zé Bernardino, a grande massa do bloco sai, os homens vestidos de mulher (Escrotas) e as mulheres vestidas de homens (Coronéis), o que não impediu que se tivesse várias outras fantasias e até mesmo performances como as da filha do Zilin, Fanin e Elza do Belizário, apenas para citar alguns exemplos.
A ânima do Bloco continuou com, Lincoln, Ivo, a incorporação do Rogério e Joana (bonecos gigantes), passando pela “Neguinha Dançarina” (boneca), que num sai mais, pela adesão das “Gatosas” (grupo de senhoras, que saem em ala, todas com o mesmo modelo de fantasia), fantasias doadas pelo Dr. Cezar (irmão do Ju do Dirceu), pelos Reis e Rainhas do Bloco: Zé da Gaita e Maria Padilha, pelo Walter de Jorge (Podreira), Munias Paralíticas, Palhaços, Fantasias de TMT, pelas doações de fantasia, por Cristina, Dona..., pelos os vizinhos, que amam o Bloco, pelos turistas, inclusive nossos (as) amigos (as), que passam o Carnaval em nossa casa. Nos últimos anos destaca-se o (a) Bioca, que de salto alto e uma produção de mais 3 horas, arrasa nos bloquetes da avenida!
Enfim temos histórias e casos pra mais de metro de alegria e risos, temos também, momentos de comoção, por isto redemos nossa homenagem ao amigo, Laurinho, que conosco irmanou na montagem de estandartes e na montagem do Bloco, durante muitos anos e agora está do lado de Deus!
3 comentários:
BERNA ADOREI AS FOTOS ESTAUM MUI BEM .. EAE VC VAI PRO CARNAVAL PRA SUA CIDADE PRA SAIR NO BLOCO DOS SUJOS .
BEIJÃO BOA SORTE LA DIVIRTA-SE XAU SUA AMIGA LÚ.
Vou uaí! Um ótimo Carnaval para vc, tb! Beijão!
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